Ao longo da História, temos utilizado as teorias físicas para moldar a nossa concepção a respeito de nós mesmos e da maneira de nos relacionarmos com o mundo ao nosso redor. A física clássica, através das três leis de Newton e do seu modelo mecânico de mundo, deixou um legado que foi muito além das fronteiras da ciência, tornando-se o novo paradigma dominante da humanidade.

Hoje em dia, após mais de trezentos anos da revolução científica, ainda encontramos a coloração sombria da visão newtoniana regendo filosofias pessoais e empresariais e ditando padrões de comportamentos e crenças que influenciam de forma decisiva o tecido social vigente. Essa visão mecanicista, baseada na exasperação do trabalho produtivo e na voracidade pela busca do progresso, gerou um profundo desequilíbrio no nosso sistema ambiental e social, destruindo completamente as relações inter e intrapessoais.

Como resultado de tudo isso, percebemos o homem perdendo a conexão com a sua sabedoria original e fragmentando-se cada vez mais ao afastar-se da sua essência como ser de relações ilimitadas e portador de um sagrado projeto de vida.

Uma nova ciência

Uma nova ciência emerge em meio ao caos deixado pela sociedade industrial, passando a ganhar força como novo paradigma mundial. A física quântica e seus movimentos não lineares, denominada “física da alma”, ultrapassa a fronteira dos restritos grupos acadêmicos e começa a ganhar espaço nas relações sociais de forma ampla. As pressões internas para mudança no setor corporativo surgem na medida em que as pessoas compreendem que há mais para a vida e para os negócios do que unicamente o salário e o lucro.

Cada vez mais pessoas, cansadas do sofrimento e da depressão do modo de vida centrado no ter, buscam o equilíbrio entre corpo, mente e espírito. A espiritualidade passa a ser vista não mais apenas como um rótulo de batismo, restrito ao campo das religiões, e sim como uma nova forma de vivenciar a experiência humana. Valores espirituais como integridade, lealdade, confiança e honestidade fazem com que as pessoas comecem a entender que é possível prosperar no mundo dos negócios fazendo o bem, e isso tem gerado um desejo enorme de atribuir um sentido maior ao significado e propósito de seus trabalhos.

Muitas pessoas e empresas ainda resistem a essa abordagem por acreditarem se tratar de pieguice ou de algum tipo de fanatismo religioso. Ocorre que um estudo de desempenho em negócios realizado por um respeitado instituto americano, o Wilson Learning Company, descobriu que aproximadamente 40% da variabilidade de desempenho corporativo são atribuíveis à satisfação pessoal da equipe em relação ao seu trabalho. Dentre os elementos que possibilitam o alcance da felicidade pessoal, a espiritualidade foi apontada pelos entrevistados como sendo o segundo fator mais importante, ficando atrás apenas da saúde.

Portanto, percebemos que um novo modo de ser está lentamente nascendo em nossa sociedade. Surge, assim, uma visão de mundo em que o ser integral resgata o contato com uma consciência mais libertadora, permitindo, desse modo, o nascimento de uma “habilidade” de ser feliz e fazer o outro feliz. Estamos presenciando mais um grande passo na evolução do nosso planeta.

O homo sapiens está dando espaço para o surgimento de uma “nova raça humana”: o homo sentiens.